quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Paulo Nobre, o motivo que fez o Palmeiras perder seu técnico ideal para brigar pelo sonho, a Libertadores de 2017: Cuca. O clube desperdiçou tempo e não terá nem o substituto preferido, Roger. Mano Menezes, Guto Ferreira, Eduardo Baptista e Alberto Valentim estão sendo discutidos...

Paulo Nobre, o motivo que fez o Palmeiras perder seu técnico ideal para brigar pelo sonho, a Libertadores de 2017: Cuca. O clube desperdiçou tempo e não terá nem o substituto preferido, Roger. Mano Menezes, Guto Ferreira, Eduardo Baptista e Alberto Valentim estão sendo discutidos...




"É uma escolha difícil, mas que eu tive que fazer. Na verdade, como eu sempre disse, não era nem para eu ter vindo neste ano. Eu ia me dedicar apenas à minha família em 2016, mas fui convencido pelo Alexandre Mattos, pelo presidente, pelo projeto que foi apresentado a mim e, claro, pelo meu amor ao Palmeiras. "Torço desde criança, nunca escondi isso de ninguém, e domingo acabei sendo campeão duas vezes: como treinador e como torcedor. Saio muito feliz e com a missão cumprida. Tenho certeza de que voltarei um dia para continuar a minha história no clube." Essa é foi a versão oficial da saída de Cuca. Palavras que seriam suas, foram publicadas no site do Palmeiras. Em seguida, as de Paulo Nobre. "Pela capacidade técnica, pela identificação com o clube e pela pessoa que ele é, gostaríamos muito de tê-lo em 2017. Mas entendemos sua escolha. O Palmeiras estará sempre de portas abertas para ele." Esta é a versão oficial da saída do treinador campeão brasileiro. O que acabou com o jejum de 22 anos sem o Palmeiras ter o título nacional. O responsável pela montagem do time. Que tem todos os jogadores na mão. Conhece a força e a fraqueza da equipe. Os reforços que o dinheiro da arena, da Crefisa, do Avanti e da premiação do título tornam factíveis. Se ele quisesse três jogadores importantes, de talento reconhecido, o clube em que estava tinha condições de buscar, sem sacrifício. Aliás, foi Cuca quem recomendou as três grandes apostas que o Palmeiras contratou para 2017. O atacante Keno, do Santa Cruz, os meias Hyoran, da Chapecoense, e Raphael Veiga, do Coritiba. O trio era cobiçado por vários clubes. Mas preferiu o Palestra Itália. Ou seja, a estrutura estava pronta para o sonho. A luta pela Libertadores da América, título que o clube não conquista há 17 anos, desde 1999. E que dá o direito sagrado de brigar pelo Mundial de Clubes, também desejado com o fundo da alma. Para acabar com a constante e improdutiva discussão sobre a Copa Rio de 1951. E Alexi Stival descobriu os caminhos. Foi o último treinador brasileiro a conquistar a Libertadores, com o Atlético Mineiro em 2013. Aprendeu também quais os erros não cometer disputando o Mundial de Clubes. Cuca tem sérios problemas de saúde na sua família. Sem a menor dúvida, sua presença será importante. Mas não fundamental. Até porque esses problemas não são novos. E têm sido administrados há pelo menos um ano e meio. Ou seja, ele foi capaz de ser campeão do Brasil e cuidar apaixonadamente dos seus familiares. Oferecendo o melhor tratamento possível. E sua companhia.

Mais. Cuca vai trabalhar em 2017. No segundo semestre estará pronto para assumir novo clube. Seja na China ou no Brasil. O presidente eleito do Palmeiras, Mauricio Galiotte, queria seguir com Cuca. Articulava com a patrocinadora uma proposta financeira para segurá-lo. Seria o caminho mais seguro, firme para o sucesso. Não só ele, como também o executivo Alexandre Mattos. Responsável pela montagem do elenco e por várias vitórias nas disputas de jogadores importantes para o elenco. Mattos está valorizado e apalavrado. Mais do que isso, não há empecilho algum na sua sequência. Mas para Cuca seguir no Palmeiras há um intransponível. Paulo Nobre. O bilionário presidente do clube teve sérias discussões com o técnico. Desde o início, deixando claro que não toleraria demonstrações supersticiosas e religiosas exageradas, como cansou de fazer no Atlético Mineiro, por exemplo. Depois vieram desgastes com o gramado da arena. Com as discussões com Dudu, Edu Dracena e Roger Guedes. A intransigência com Lucas Barrios, jogador escolhido pelo Palmeiras, ofertado pela patrocinadora, que envolveu R$ 40 milhões para colocá-lo no clube. Com custo mensal de R$ 1 milhão à Crefisa. Nobre ficou horrorizado ao saber que Cuca e Rafael Marques tiveram de ser contidos para não trocarem socos, após a partida contra o Coritiba. Para ele, essa não seria a postura de um técnico palmeirense. O mandato de Paulo Nobre terminará oficialmente no dia 15 de dezembro. Mas, a pedido de Galiotte, ele continuará próximo ao clube. Como consultor ou até terá um cargo na diretoria, não está definido. Só está certo que não se afastará. Sua força política, sua visão e seus bilhões seguem sendo muito importante ao Palmeiras. E o desgaste entre Nobre e Cuca hoje é forte demais. Cuca sabe que tem mercado. Tanto no Brasil como na China, onde pretende voltar. O técnico sabe que, se algo der errado com Tite, é um dos candidatos mais fortes para assumir a Seleção. Vai brigar por isso em 2018, se Adenor seguir para um clube europeu, após o Mundial da Rússia. Aos 53 anos, Alexi Stival está milionário. Pode ficar tranquilamente seis meses sem trabalhar. Ou até anos.

E deixar o clube campeão deixa a porta escancarada no futuro. Retornar quando Paulo Nobre não for tão influente. Ou até mesmo, o desgaste entre os dois tiver terminado. Foi a solução mais política. Melhor para todos. Só que Nobre cometeu um grave erro. Envolvido na conquista do Brasileiro, deixou o futuro do Palmeiras estagnado. Não abriu negociações com o treinador preferidos dos conselheiros que o cercam. Roger seria o plano B. Estava livre, fácil de contratar. Mistura visão moderna de futebol com a postura firme da escola gaúcha. Alexandre Mattos vota por Mano Menezes. O treinador tem contrato com o Cruzeiro até dezembro de 2017. Mas não é uma contratação impossível. Ele já largou o clube mineiro pela fracassava desventura na China. É uma questão de aceitar pagar a multa e trazê-lo. Mano já treinou a Seleção e foi vice da Libertadores com o Grêmio. Tem 54 anos. Guto Ferreira, treinador do Bahia, também tem seus defensores. Ele fez ótimos trabalhos na Ponte Preta. Formou a base da Chapecoense que tanto sucesso fez com Caio Júnior. Aos 51 anos, passou a ser um nome analisado.

Outros dois candidatos são mais novos. Eduardo Baptista tem 46 anos. Faz um ótimo trabalho na Ponte. Como já fez no Sport. O filho do treinador Nelsonho Baptista, que já comandou o Palmeiras, no entanto, fracassou no sua primeira chance em um dos maiores clubes do país, o Fluminense. O auxiliar Alberto Valentim é muito próximo do novo presidente Galiotte. Aos 41 anos, há quem defenda que tenha a chance. O receio é sua falta de experiência para comandar o time justo na Libertadores, competição que envolve tantos interesses, principalmente financeiros. Reinaldo Rueda, campeão atual da Libertadores, com o Atlético Nacional, seria um nome excelente. Mas a recente experiência ruim com o argentino Gareca cria enorme rejeição a treinadores estrangeiros. A verdade é que o Palmeiras não se preparou para perder Cuca. E, se houvesse mais frieza e bom senso, não precisaria. O melhor treinador para 2017 está indo embora...



   

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 01 Dec 2016 08:43:44

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